As
igrejas Universal e Deus é Amor, lideradas pelo bispo Edir Macedo e
missionário David Miranda, respectivamente, foram tema de uma matéria
analítica do jornalista e pesquisador cristão Johnny Bernardo, publicada em seu blog.
Em sua matéria, Bernardo compara as descrições de “movimentos
destrutivos”, feitas pelo pesquisador Michael Green com características
das duas denominações e afirma que “à medida que líderes evangélicos
impõem restrições abusivas aos membros [...] podem desencadear num
movimento destrutivo, com desdobramentos irremediáveis”.
O jornalista explica que no conceito do pesquisador, os tais
“movimentos destrutivos” são organizações em que a autoridade do
fundador é inquestionável: “As seitas do mal, segundo o pesquisador
Michael Green, geralmente são fundadas por uma única pessoa que retém
todo o poder na organização. Entre as principais características do
líder de uma seita, segundo Green, destacam-se o carisma, o magnetismo
pessoal e o entusiasmo pela causa que defende ou ‘produto’ que vende”,
explica.
Para Bernardo, indícios de que a Igreja Pentecostal Deus é Amor
(IPDA) se enquadraria na descrição de “movimento destrutivo” podem ser
encontrados na doutrina da denominação.
-A centralização do poder nas mãos da família Miranda e o rígido
controle dos membros e patrimônios da IPDA seria, pelo menos
internamente, indícios de manipulação? A imposição de normas de conduta e
relacionamento (a IPDA proíbe que os seguidores mantenham contato com
ex-membros), às mortificações carnais (devem praticar horas seguidas de
jejum e oração), e a exigência de que o dízimo seja entregue com
pontualidade às filiais (sob pena de não participação na ceia) também
seriam indícios de programação? Nos movimentos destrutivos, segundo
Michael Green, a programação é a forma pela a qual os líderes preparam
seus adeptos para que estes se dediquem fielmente aos programas e
doutrinas da instituição religiosa. Na programação, a personalidade e a
mentalidade dos adeptos devem ser destruídas como forma de submissão. A
vida dos adeptos – e suas economias – deve ser dedicada à nova fé –
descreve Johnny Bernardo.
Em relação à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o jornalista
relata exemplos que se encaixariam no perfil de manipulação de fiéis.
-As pessoas que recorrem aos templos da IURD são submetidas a
intensas técnicas de manipulação psicológica. Segundo uma ex-fiel da
Igreja Universal (citada na matéria “Ciência dos transes”, Época,
28/4/2003), os bispos e seus auxiliares são instruídos de que maneira
devem conduzir os exorcismos. “Quando a pessoa está tonta, fica mais
aberta para manifestar os demônios”, diz a obreira Aparecida Santos,
ex-fiel da Igreja Universal, atualmente na Igreja Internacional da Graça
de Deus. Ela costuma pôr a mão na cabeça dos fieis e fazê-la rodar.
Outro recurso que funciona é tocar músicas altas no teclado, com acordes
bem tenebrosos. “Porque o demônio não gosta de silêncio”, explica a
obreira. Aparecida aprendeu as técnicas do exorcismo na Universal, onde
passou cinco anos como auxiliar de pastor – diz Johnny Bernardo,
ilustrando o caso de manipulação.
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